Vilma, da Secretaria da Saúde, apresenta dados sobre as doenças entre os negros em Limeira
A promoção da saúde junto à população negra requer medidas específicas. Porém, a promoção se dará com a formação do cidadão como um todo. Esta foi a conclusão a que chegaram os participantes do 1º Seminário Regional da Saúde da População Negra, realizado no sábado, 24 de abril, na Câmara de Limeira. O seminário foi fruto de uma parceria da Secretaria da Cultura de Limeira, através do Decadie (Departamento de Cultura Afro-descendente e da Integração Étnica), e com apoio da Secretaria da Saúde de Limeira.
Lideranças regionais do movimento negro estiveram presentes. As falas levavam em torno de 25 minutos. Para Galdino Clemente, diretor do Decadie, o seminário destacou a importância para a concretização do Plano de Igualdade Racial nos municípios da região. “Estamos ouvindo a sociedade para construir o plano”, afirmou.
A abertura teve como tema “A Crença Religiosa, A Fé Motivadora de Saúde”, por meio de palestra feita pelo padre Valdinei Antonio dos Santos, coordenador da Pastoral Afro da Diocese de Limeira. “Precisamos ir além na busca de conquistas que melhorem a vida das pessoas”, afirmou o padre.
“Políticas Públicas de Saúde da População Negra no Município de Limeira” foi o tema abordado por Vilma Guilhermina Schultz Carrasco, enfermeira da Secretaria da Saúde de Limeira. Segundo ela, que representou o secretário Gerson Hansen Martins, há questões específicas, como a doença conhecida como anemia falciforme.
Porém, metade da população negra também se encaixa no grupo dos portadores da hipertensão arterial grave, uma doença “silenciosa” que atinge a população como um tudo. Disponível na rede pública, o tratamento regular é feito por somente 20% dos portadores. Como prevenção, ela indicou medir a pressão arterial a cada 6 meses em horários diferentes do dia.
“Participação Política para a Gestão e Participação Social” foi o tema desenvolvido pelo vereador Eliseu Daniel dos Santos, presidente da Câmara Municipal de Limeira. Além de Eliseu, o também vereador Mário Botion esteve presente.
A violência contra a mulher foi discutida por Magali Mendes, que atua no movimento negro em Campinas e região. Segundo ela, “a violência contra os negros ocorre desde a época da escravidão. Porém, contra a mulher é milenar”. Magali apontou que isso também traz um custo econômico. O Brasil gasta 12,5% do seu PIB com o atendimento às mulheres vítimas da violência, situação que ocorre em todas as camadas da sociedade e, principalmente, no meio familiar.
Por sua vez, o secretário da Cultura de Limeira, Adalberto Mansur, defendeu que a cultura ajude na formação do cidadão como um todo, passando pela área da saúde. Já Dalva Radesch, presidente do Sindicato dos Bancários de Limeira, disse que os negros representam um número bastante pequeno de trabalhadores da categoria. Para ela, a ampliação do acesso a cursos universitários, por ações como o PróUni, ajudarão a reverter esse quadro.
Outros palestrantes falaram ao longo das 3 horas de seminário.
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