segunda-feira, 4 de julho de 2011

São Paulo Companhia de Dança abre a 1ª Mostra de Dança de Limeira

"Legend" - Wilian Aguiar

A SPCD, companhia de dança do Governo de São Paulo, apresenta no Teatro Vitória, em Limeira (SP), duas obras de seu repertório: Tchaikovsky Pas de Deux, de George Balanchine e Legend, de John Cranko

A São Paulo Companhia de Dança – criada e mantida há três anos pelo Governo do Estado de São Paulo – abre a 1ª Mostra de Dança de Limeira, com as coreografias: Tchaikovsky Pas de Deux, de George Balanchine e Legend, de John Cranko. Além das obras, será apresentado o DVD Vida de Bailarino, no qual histórias, formação, possibilidades da carreira, desafios e curiosidades do cotidiano são expostos pelos bailarinos da SPCD. O espetáculo está marcado para o dia 26 de julho, às 20h, no Teatro Vitória, em Limeira (SP). Os ingressos devem ser retirados na bilheteria, entrada gratuita.

“Os corpos artísticos do Governo de São Paulo tem por prioridades a difusão de cultura de qualidade para o interior e o litoral, além da formação de novos públicos”, afirma o Secretário de Estado da Cultura, Andrea Matarazzo. “Apesar de jovem, a SPCD já se tornou um dos mais importantes grupos de dança do País, já obtendo reconhecimento no exterior, com o recente convite para apresentações na Alemanha”.

A Mostra de Dança de Limeira tem como objetivos promover o intercâmbio entre escolas de dança, grupos da cidade e o público, também destacar e divulgar novos talentos, além de valorizar a dança em todos os estilos e incentivar manifestações culturais.

SOBRE AS OBRAS

Tchaikovsky Pas de Deux (1960)

de George Balanchine

A primeira apresentação de Tchaikovsky Pas de Deux foi realizada pelo New York City Ballet em março de 1960. A coreografia de George Balanchine é uma obra de oito minutos que exige grande virtuosismo técnico dos bailarinos ao mesclar técnicas clássicas e neoclássicas, num tributo ao balé romântico. A bailarina dança brincando com o eixo vertical, com especial domínio do equilíbrio e do desequilíbrio. Ela também precisa de grande velocidade nos movimentos dos pés e graça e agilidade nos braços. Para os homens, o desafio está na combinação de difíceis rotações, na velocidade dos movimentos e nos grandes saltos.

A partitura musical de Tchaikovsky (1840-93) foi concebida originalmente para o terceiro ato de O Lago dos Cisnes, sob encomenda do Teatro Bolshoi em 1876. Tchaikovsky a teria composto às pressas depois que a obra já estava acabada, como parte independente da história central do balé, somente para destacar o desempenho de uma das bailarinas da companhia.

Sem o registro na partitura original, a música não integrou, por exemplo, a histórica versão coreográfica que Marius Petipa (1818-1910) concebeu em 1895 para a apresentação à corte real, em São Petersburgo, no Teatro Marinsky. Desconhecida por mais de meio século, inclusive pelo o Museu Tchaikovsky, em Klin, somente foi descoberta com os esforços da Fundação Tchaikovsky, de Nova York. A remontagem da obra para a São Paulo Companhia de Dança foi feita pelo bailarino e professor belga Ben Huys, indicado pela Balanchine Trust.

Coreografia

George Balanchine nasceu na Rússia em 1904. Começou a estudar balé aos 10 anos na Escola de Dança de São Petersburgo. Formou-se em 1921 e integrou o balé do GATOB (nome pelo qual foi conhecida a companhia do Teatro Maryinski de 1919 a 1934; a partir de 1935 passa a ser conhecido como Balé Kirov). Paralelamente à formação em dança, estudou no Conservatório de Música de Petrogrado. Estreou como coreógrafo em 1923 e no ano seguinte passou a integrar os Balés Russos (1909-1929), de Sergei de Diaghilev (1872-1929), onde dançou e, pouco depois, passou a coreografar. Em 1933, foi convidado por Lincoln Kirstein para criar uma identidade americana para o balé por meio de uma escola clássica nos Estados Unidos, a School of American Ballet (SAB), que daria origem ao New York City Ballet. Morreu em Nova York em 1983.

Música

Pyotr Ilyich Tchaikovsky, primeiro compositor russo a dar ao balé sua plena dimensão orquestral, nasceu em Votkinsk, na Rússia, em 1840. Foi aluno da Escola de Direito de São Petersburgo, mas logo abandonou a carreira para dedicar-se à música, após ingressar no Conservatório de São Petersburgo em 1863, já com 23 anos. Seu grande esforço fez com que progredisse rapidamente nas aulas de composição, piano, flauta e órgão e, em 1865, tornou-se professor da Sociedade Musical Russa de Moscou, onde se aproximou por um tempo do nacionalista Grupo dos Cinco, do qual logo se afastaria por defender um cosmopolitismo que unia elementos russos e estrangeiros. Compôs três das mais marcantes obras para balé de todos os tempos: O Lago dos Cisnes (1877), A Bela Adormecida (1890) e O Quebra-Nozes (1892). Morreu aos 53 anos vítima de cólera, em 1893.

A apresentação de Tchaikovsky Pas de Deux, um Ballet Balanchine® é feita mediante acordo com a The George Balanchine Trust e foi produzida de acordo com os padrões do Balanchine Style® e Balanchine Technique®, estabelecidos e fornecidos pela Trust.

Legend (1972)

de John Cranko

É um pas de deux neoclássico imortalizado por seus intérpretes, Márcia Haydée e Richard Cragun, que aborda o lirismo do amor entre um homem e uma mulher pela suavidade dos passos, pela confiança e entrega nos movimentos e pelo desafio da fusão dos corpos em tênues equilíbrios.

A coreografia de John Cranko (1927-1973) teve como inspiração a túnica da lendária bailarina Galina Ulanova (1910-1998) recebida por Richard Cragum e dada a Márcia Haydée. Ulanova iniciou sua carreira profissional no Kirov Ballet, em 1928, e de 1944 a 1962 e foi primeira bailarina no Ballet Bolshoi. Sua dança se tornou emblemática pela plástica dos movimentos, primorismo técnico, versatilidade e expressividade. A túnica utilizada por Ulanova foi o figurino usado por Márcia na estreia de Legend, em 29 de junho de 1972. A música Legend, op. 17, utilizada por Cranko na coreografia foi composta, em 1859, pelo violonista polonês Henryk Wieniawski (1835-1880), como uma confissão de amor a sua futura esposa Isabel Hampton.O filme The Turning Point (Momento de Decisão| 1977), dirigido por Herbert Ross, traz um trecho dessa coreografia.

A remontagem de Legend para a São Paulo Companhia de Dança é assinada por Richard Cragun e esta é a primeira vez que a peça é apresentada por uma companhia no Brasil.

Coreografia

John Cranko (1927-1973) foi um dos mais representativos coreógrafos da Europa durante a década de 1960 por conseguir elevar o nível do balé alemão mediante a combinação de elementos clássicos e modernos. Nasceu na África do Sul e estudou na Cape Town University Ballet School. Em 1946 mudou-se para Londres, onde passou a integrar o Sadler´s Wells Theatre Ballet. Parou de dançar aos 23 anos e começou a coreografar. Tornou-se diretor do Sttutgart Ballet, em Sttutgart, Alemanha, em 1961. Entre suas principais peças destacam-se Romeu e Julieta (1962), Eugène Oneguin (1965), Présence (1968), A Megera Domada (1969), Brouillards (1970), e Traces (1973).

Remontagem

Richard Cragun (1944) foi o grande intérprete de Legend, ao lado de Márcia Haydée, sua partner por mais de 30 anos. Americano de Sacramento começou seus estudos em dança ainda criança com aulas de sapateado com Jean Lucille, e de balé clássico com Barbara Briggs. Posteriormente estudou na School of Fine Arts, no Canadá e na Royal Ballet School, em Londres. Em 1962 integrou como bailarino profissional o Sttutgart Ballet, em Sttutgart, Alemanha. Três anos mais tarde se tornou primeiro bailarino da companhia. Dançou diversos balés de Cranko como solista, entre eles: A Megera Domada (1969), Carmen (1971), Requiem (1977), e outros. Em 1996 assumiu a direção artística da Berlin Opera Ballet. Mora no Brasil desde 1999.

SÃO PAULO COMPANHIA DE DANÇA

direção artística: Iracity Cardoso | Inês Bogéa

A São Paulo Companhia de Dança foi criada em janeiro de 2008 pelo Governo do Estado de São Paulo. Seu repertório contempla remontagens de obras clássicas e modernas, além de peças inéditas, criadas especificamente para o seu corpo de bailarinos. A Companhia é um lugar de encontro dos mais diversos artistas - como fotógrafos, professores convidados, remontadores, escritores, artistas plásticos, cartunistas, músicos, figurinistas, e outros – para que se possa pensar em um projeto brasileiro de dança.

DIFUSÃO DA DANÇA

A produção e circulação de espetáculos é o núcleo principal do seu trabalho. Desde sua criação a São Paulo produziu catorze obras, sendo oito remontagens (Les Noces, de Bronislava Nijinska; Serenade, Tchaikovsky Pas de Deux e Theme and Variations, de George Balanchine; Gnawa, de Nacho Duato; Prélude à l´après-midi d’un Faune, de Marie Chouinard, Sechs Tänze, de Jíri Kilián e Legend, de John Cranko) e outras seis obras inéditas (Polígono, do italiano Alessio Silvestrin; Ballo, de Ricardo Scheir; Entreato, de Paulo Caldas; Passanoite, de Daniela Cardim, Os Duplos, de Maurício de Oliveira e Inquieto, de Henrique Rodovalho).

A Companhia se apresenta ao longo do ano em São Paulo, cidades do interior do Estado, capitais brasileiras e exterior. Já fez mais de 180 apresentações em 35 cidades e foi vista por aproximadamente 140 mil pessoas.

PROGRAMAS EDUCATIVOS E DE FORMAÇÃO DE PLATEIA

Suas atividades se completam com ações educativas e de formação de plateia. 1. Palestra com o Professor contextualiza a dança nas diferentes disciplinas do ensino regular e instiga o professor do ensino formal e não-formal a realizar algumas experiências sensoriais levando a perceber a ação do corpo nas diferentes atividades em sala de aula. Os professores recebem um material de apoio (DVD com folheto informativo) para ser usado em sala de aula. 2. Espetáculos Abertos para Estudantes, na qual se apresentam trechos dos espetáculos e parte do processo coreográfico em vídeo, além de os estudantes receberem folhetos informativos com ilustrações de cartunistas. 3. Oficinas para Bailarinos, que são ministradas pelos professores e ensaiadores da São Paulo nas turnês. Desde seu surgimento a São Paulo Companhia de Dança já produziu 25 documentários e mais de 30 mil pessoas já foram atendidas por seus programas educativos.

REGISTRO E MEMÓRIA DA DANÇA

Na área de registro de memória, o foco é a série de documentários Figuras da Dança no qual personalidades da dança brasileira contam a sua história em um depoimento público e Canteiro de Obras, material que revela o processo de trabalho das criações da São Paulo Companhia de Dança. As duas séries são exibidas na TV Cultura e distribuídas para bibliotecas e universidades. Em 2009 a Companhia lançou Primeira Estação – Ensaios Sobre a São Paulo Companhia de Dança e em 2010, Sala de Ensaio – Textos Sobre a São Paulo Companhia de Dança, ambos em parceria com a Imprensa Oficial. Além desta produção, são realizados registros audiovisuais de todos os espetáculos da São Paulo Companhia de Dança.

DIRETORAS ARTÍSTICAS | SPCD

Iracity Cardoso, diretora da São Paulo Companhia de Dança, trabalhou como assessora e curadora de dança da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo (2006-07), no Centro Cultural São Paulo e criou o Centro de Dança da Galeria Olido. Foi diretora artística do Ballet Gulbenkian (Portugal, 1996-2003); co-diretora (1988-93), assistente de direção e bailarina (1980-88) do Ballet du Grand Thêatre de Genève (Suíça). Participou da transformação do Corpo de Baile Municipal de São Paulo (1974-80). Foi bailarina e professora do Ballet Stagium (1972-74), bailarina do Staats Theater Karlsruhe (Alemanha, 1966-67), do Stadt Theater Bonn (1965-66) e da Opéra de Marseille (França, 1964). Professora do Teatro de Dança Galpão (1975), participou como bailarina de gravações para a Television Suisse Romande de criações de Oscar Araiz para o Ballet de Genève. Na TV Cultura de São Paulo, atuou como bailarina das gravações do repertório do Corpo de Baile Municipal de São Paulo.

Inês Bogéa, doutora em Artes pela Unicamp, é diretora da São Paulo Companhia de Dança e professora do curso de Especialização em Linguagens das Artes, no Centro Universitário Maria Antônia (USP). Foi bailarina do Grupo Corpo (1989-2001). Escreveu sobre dança para a Folha de S. Paulo de 2000 a 2007 e é autora de O Livro da Dança (Companhia das Letrinhas, 2002) e Contos do Balé (CosacNaify, 2007). Organizou os livros Oito ou Nove Ensaios Sobre o Grupo Corpo (Cosac Naify, 2001); Kazuo Ohno (Cosac Naify, 2002) e Espaço e Corpo – Guia de Reeducação do Movimento – Ivaldo Bertazzo (SESC, 2004), entre outros. Ao lado de Ivaldo Bertazzo, foi assistente de direção do Projeto Dança Comunidade (2005-06), realizando o espetáculo Milágrimas, e co-diretora do Projeto Cidadança (2006-07), realizando Tudo o que Gira Parece a Felicidade. Foi consultora do Programa Fábricas de Cultura da Secretaria de Estado de São Paulo (2007-2008). É co-autora, com Sergio Roizenblit, dos documentários Movimento Expressivo – Klauss Vianna (Miração Filmes e Crisantempo, 2005), Renée Gumiel, a Vida na Pele (DOCTVII, 2005), Maria Duschenes – o Espaço do Movimento (Prêmio Funarte Klauss Vianna, 2006) e com Tatiana Lohmann, de Umberto da Silva – Amo a Vida Namoro a Morte (Secretaria Municipal de Cultura, 2008). Mais informações: www.inesbogea.com

São Paulo Companhia de Dança | 1ª Mostra de Dança de Limeira

Tchaikovsky Pas de Deux, de George Balanchine; Legend, de John Cranko e exibição do DVD Vida de Bailarino

Dia 26 de julho | terça, às 20h

Teatro Vitória

Praça Toledo Barros, s/n° | Centro | Limeira | São Paulo

Entrada gratuita

*Parte da programação da 1ª Mostra de Dança de Limeira

Para informações sobre a mostra e bilheteria:

Secretaria de Cultura de Limeira

(19) 3451-0502

Teatro Vitória

(19) 3451-6679

Este release está disponível para download no site da SPCD em www.saopaulocompanhiadedanca.art.br em Comunicação | Releases. Fotos das coreografias da Companhia em alta resolução também podem ser baixadas no mesmo site no link Comunicação | Download.

Para entrevistas ou mais informações:

Marcela Benvegnu – São Paulo Companhia de Dança

(11) 3224-1389 | marcela.benvegnu@spcd.com.br

Ciro Bonilha – Secretaria de Estado da Cultura

(11) 2627-8166 | cbonilha@sp.gov.br

Thiago Sogayar Bechara – Secretaria de Estado da Cultura

(11) 2627-8162 | tbechara@sp.gov.br

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